domingo, 31 de maio de 2009

Pra saber que ela é sua


Sempre pintei dias perfeitos
com as cores claras,
com presentes inusitados
de um destino altruísta.
Pensei dias felizes, completos.
Amores exatos,
pelo próprio tempo inalcançáveis.
Dias sem dores,
cheios de flores
de perfumes, sabores

Quem dera soubesse,
na minha vã inocência,
deste mundo a demência
em derrubar o planos,
mesmo que insanos
de quem sonha com a vida.
Deixei de ser o que era.
Não me perdi, confesso,
na cegueira do pessimismo,
ou na prisão do egoísmo.
O mundo é o mesmo.
A moldura é a mesma,
mudou a pintura.
Continua bela,
mas agora revela,
em traços finos, acidentais,
sentimentos tristes,
que de tão inesperados
nem parecem reais.

Mas é pequena, te digo
essa realidade voraz
de esperas que não acabam,
de dores que desabam
quando tudo o que resta
parece cinza demais.
Pouco se nota
desse vermelho de dor
que tomou conta sem pena
do que era rosa no amor.

Mas não julgues saber,
prezado leitor
de tudo o que leste,
o que o autor quis dizer.
Não houve mentiras, prometo.
Somente as verdades.
Verdades que pintei
Na alvura da tela
com essa tinta aquarela
de quem vê o que é belo
onde não existe beleza.
De quem tem a certeza
de que agora a cor
que se apaga com o tempo
sobrevive ao momento.
Muito mais que essa flor,
que na verdade pintei,
por não saber do amor.

Perdi, enfim,
meus desenhos de criança
e o mundo idílico
em que outrora vivera.
Mas ganhei a esperança
de que os quadros reais,
permaneçam por mais
na passageira lembrança
de humanos mortais.

4 comentários:

Daniel Cittadella disse...

Quem precisa de música ambiente
quando se tem todos esses elétrons...

Unknown disse...

Eu acho que seu comentário já diz tudo! ;D
Linda Linda Linda poesia!

Unknown disse...

Porque os elétrons, tem um significado muito mais importante que a musica ambiente. ;D
Liiinda poesia, adoreiiiii! ;*

Daniel Cittadella disse...

Todos esses elétrons indo e vindo....