Tenho certeza que muita gente vai torcer o nariz com o texto de hoje. Algumas pessoas têm me perguntado em que creio. Estranhei na primeira vez em que uma delas mostrou um pouco de desapontamento dizendo: "O que?! Você não é ateu? Você escreve um blog intelectual, todo instrospectivo e acredita em Deus?" Achei engraçado o "blog intelectual", mas não, não sou nem intelectual muito menos ateu.
Mas, enfim, façamos de conta que essa humilde coluna fosse um blog intelectual. Agora, quem foi que inventou essa estupidez de que Deus não combina com intelecto, com raciocínio, com inteligência. Claro está, não nego, que a religião cega imbeciliza o ser humano e, se acredito em Deus, acredito que a vontade dele deve passar longe desse tipo de crença irracional. Mas, do outro lado da moeda, a opção em um ateísmo cego parece ser tão irracional quanto a primeira. Incluo aqui o ateísmo por modismo (Richard Dawkins, Daniel Dennet e seus seguidores que o digam), o ateísmo intelectualóide (esse particularmente é o que mais me irrita) e, finalmente, o ateísmo fundamentalista. Todos três "pecam", que irônico, em seus fundamentos.
Os que seguem o primeiro o fazem por falta de leitura, de conhecimento de mundo, por ignorância, enfim. Os do segundo tipo são reconhecidos pelas besteiras que fazem relacionando, por exemplo, teísmo com a religião deturpada da Idade Média. Tentam mostrar que têm um conhecimento profundo do que estão falando, mas são excessivamente superficiais em seus convenções. Por último, aqueles fundamentalistas são os religiosos do ateísmo, que querem a todo custo convencê-lo a também ser um ateu.
Todos os três tipos participam do problema que, particularmente, penso ser o mais grave do ateísmo: a contradição da fé ateísta. Criticam com veemência o argumento da crença em Deus, pela fé, (sim nós cremos pela fé), mas afirmam com a mesma certeza que Deus não existe. (Sim, ateísmo é a negação determinista de Deus). Exercem, portanto, a fé na não-existência de Deus, lançando mão de uma premissa teísta para provar... o ateísmo. É isso que me faz criticar tanto o essa forma de pensamento e admirar, por outro lado, o agnosticismo. Agnósticos, embora não acreditem em Deus pela fé, jamais negarão a sua existência. Por quê? Porque ela não pode ser provada experimentalmente*, tanto quanto sua não-existência.
Por fim, creio porque é a minha crença a fonte da esperança que tenho de que a humanidade não se resuma a essa animalidade instintiva e inescrupulosa que leva-nos constatemente à beira do caos.
*A questão da prova é ainda mais complexa. A metafísica deve se submeter aos critérios empíricos da ciência? Assunto para outra ocasião.
Mas, enfim, façamos de conta que essa humilde coluna fosse um blog intelectual. Agora, quem foi que inventou essa estupidez de que Deus não combina com intelecto, com raciocínio, com inteligência. Claro está, não nego, que a religião cega imbeciliza o ser humano e, se acredito em Deus, acredito que a vontade dele deve passar longe desse tipo de crença irracional. Mas, do outro lado da moeda, a opção em um ateísmo cego parece ser tão irracional quanto a primeira. Incluo aqui o ateísmo por modismo (Richard Dawkins, Daniel Dennet e seus seguidores que o digam), o ateísmo intelectualóide (esse particularmente é o que mais me irrita) e, finalmente, o ateísmo fundamentalista. Todos três "pecam", que irônico, em seus fundamentos.
Os que seguem o primeiro o fazem por falta de leitura, de conhecimento de mundo, por ignorância, enfim. Os do segundo tipo são reconhecidos pelas besteiras que fazem relacionando, por exemplo, teísmo com a religião deturpada da Idade Média. Tentam mostrar que têm um conhecimento profundo do que estão falando, mas são excessivamente superficiais em seus convenções. Por último, aqueles fundamentalistas são os religiosos do ateísmo, que querem a todo custo convencê-lo a também ser um ateu.
Todos os três tipos participam do problema que, particularmente, penso ser o mais grave do ateísmo: a contradição da fé ateísta. Criticam com veemência o argumento da crença em Deus, pela fé, (sim nós cremos pela fé), mas afirmam com a mesma certeza que Deus não existe. (Sim, ateísmo é a negação determinista de Deus). Exercem, portanto, a fé na não-existência de Deus, lançando mão de uma premissa teísta para provar... o ateísmo. É isso que me faz criticar tanto o essa forma de pensamento e admirar, por outro lado, o agnosticismo. Agnósticos, embora não acreditem em Deus pela fé, jamais negarão a sua existência. Por quê? Porque ela não pode ser provada experimentalmente*, tanto quanto sua não-existência.
Por fim, creio porque é a minha crença a fonte da esperança que tenho de que a humanidade não se resuma a essa animalidade instintiva e inescrupulosa que leva-nos constatemente à beira do caos.
*A questão da prova é ainda mais complexa. A metafísica deve se submeter aos critérios empíricos da ciência? Assunto para outra ocasião.
2 comentários:
Meu caro, parábens pelo blog um dos melhores que ja visitei,
aguardo anciosamente novas postagens abraço...
eu não preciso ficar repetindo o quanto sou sua fã, néh!?
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