segunda-feira, 15 de junho de 2009

Geração coca light.




"Somos os filhos da revolução. Somos burgueses sem religião. Somos o futuro da nação. Geração Coca-Cola..." (Geração Coca-cola - Legião urbana)

Ninguém percebeu tão bem quanto o Renato o drama da juventude brasileira. Somos revolucionários sem causa. Como soldados de exércitos pacíficos. Legionários de uma Roma que já caiu. Olhamos para o passado e invejamos o que viveram antes de nós. Ditadura militar, 1968, Diretas Já. E nós? O que fizemos? Qual foi a nossa luta?

Nas últimas décadas nós nos despolitizamos. Esquerda e direita agora são só direções diferentes e nem essas sabemos escolher. Democracia, república, tirania, socialismo, ufanismo, sabemos, sim, na teoria que o vestibular pede, mas quem precisa da prática? Aliás, vestibular, me parece, é o único grande desafio da nossa juventude. A ação política fica para os poucos elitizados que dirigem seus carrões pelas nossas avenidas matando o pouco que resta desse nosso sentimento de orgulho juvenil.

Enquanto o país lastima os confrontos entre estudantes e policiais na USP, eu assisto atônito. Um foco, enfim, de consciência. Um pouco de esperança de que nosso mundo não se resuma a baladas, bebida e música alta. Não precisamos de motivos para engajamento. Já os temos de sobra, enquanto nobres senadores pisam em nossa dignidade com seus votos secretos. Só nos falta a coragem de sermos um pouco mais autênticos.

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